Lendo o livro 'Narrativas Radiofônicas - A Trajetória do Repórter Wilson Matos em Marília' - escrito por Wilza Aurora Matos Teixeira e Ana Maria Rubira, lançado em 2013, pela Paco Editorial - me deparei com a menção do nome de Zenaide Dutra - minha prima - e achei de bem fazer uma postagem sobre ela, tendo como base fotos de sua infância e juventude, guardadas no arquivo particular da Família Darin.
Zenaide Dutra era a filha caçula de minha tia Maria Darin, irmã mais velha de minha mãe Yolanda Darin. Maria casou-se com Gumercindo Dutra quando a Família Darin ainda morava em São José do Rio Pardo-SP. Imigraram todos para a Marília-SP em Novembro de 1927, quando Marília ainda não tinha sido alcançada pela malha ferroviária da Cia. Paulista.
Gumercindo Dutra comprou um terreno na rua São Luiz, 1236 e construiu uma casa de tábuas, que futuramente deu lugar a uma sobrado de tijolos, com 2 apartamentos. A família morando em um deles e Moacyr, agora casado com Josefa Razzini, morando no outro. A parte de baixo era alugada ao comércio que prosperava à jato nos 40s e 50s.
Zenaide foi a única filha a nascer em Marília, já que Moacyr, Gecely e Zuleide nasceram na 'Mogiana', como se dizia antigamente. As regiões do Estado eram identificadas pelos troncos ferroviários pelos quais elas eram servidas.
No livro 'Narrativas Radiofônicas' de Wilza Matos, há um depoimento de Jayme Martins sobre ela: "Zenaide Dutra, nossa contemporânea de ginásio, foi locutora da PRI-2. Na década dos 40, ela morava à Rua São Luiz, quarteirão do 1200, ao lado do antigo Bazar Azul. No primeiro programa de dedicatórias musicais, acho que 'De Você para Alguém' que ela apresentava, ao anunciar um tango com a Orquestra de Francisco Canaro que ela devia pronunciar "E me quedé mirándola" (tango de 1945, musica de Vicente Spina e letra de Roberto Miró) ela pronunciou assim: 'Me quêde mirandóla'...
Jayme Martins deixou Marília em 1950, tendo vivido na China por muitos anos. Aqui ele elabora mais um pouco sobre o assunto: 'Eu conhecia muito bem a família Dutra porque minha familia vivia no mesmo quarteirão da rua São Luiz. No número 1295, esquina com a rua São Carlos. Tínhamos o Bar, Sorveteria e Café Urca. E muitas vezes servi sorvetes à Zenaide, Moacyr e à Zuleide (da Gecely eu não me lembro).
Essa anedota sobre o título do tango 'E me quedé mirándola', que ela teria pronunciado 'Miquêde mirandóla', eu ouvi mais de uma vez contada pelo Fausto Canova Batistetti, inclusive quando trabalhávamos na Cultura de São Paulo - eu no 'Roda Viva' da TV e o Fausto na Radio, onde funcionou até o fim da vida, alguns anos atrás, tendo sido enterrado, não sei porque, em Avaré-SP. O Fausto e eu fomos contemporâneos da Zenaide na PRI-2 em fins da década dos anos 1940.
ouça o tango 'Me quedé mirándola':
http://www.todotango.com/spanish/Las_obras/Tema.aspx?t=Me%20quede%20mirandola
Zenaide foi a única filha a nascer em Marília, já que Moacyr, Gecely e Zuleide nasceram na 'Mogiana', como se dizia antigamente. As regiões do Estado eram identificadas pelos troncos ferroviários pelos quais elas eram servidas.
Zenaide Dutra na PRI-2, Radio Club de Marília
No livro 'Narrativas Radiofônicas' de Wilza Matos, há um depoimento de Jayme Martins sobre ela: "Zenaide Dutra, nossa contemporânea de ginásio, foi locutora da PRI-2. Na década dos 40, ela morava à Rua São Luiz, quarteirão do 1200, ao lado do antigo Bazar Azul. No primeiro programa de dedicatórias musicais, acho que 'De Você para Alguém' que ela apresentava, ao anunciar um tango com a Orquestra de Francisco Canaro que ela devia pronunciar "E me quedé mirándola" (tango de 1945, musica de Vicente Spina e letra de Roberto Miró) ela pronunciou assim: 'Me quêde mirandóla'...
Jayme Martins deixou Marília em 1950, tendo vivido na China por muitos anos. Aqui ele elabora mais um pouco sobre o assunto: 'Eu conhecia muito bem a família Dutra porque minha familia vivia no mesmo quarteirão da rua São Luiz. No número 1295, esquina com a rua São Carlos. Tínhamos o Bar, Sorveteria e Café Urca. E muitas vezes servi sorvetes à Zenaide, Moacyr e à Zuleide (da Gecely eu não me lembro).
Essa anedota sobre o título do tango 'E me quedé mirándola', que ela teria pronunciado 'Miquêde mirandóla', eu ouvi mais de uma vez contada pelo Fausto Canova Batistetti, inclusive quando trabalhávamos na Cultura de São Paulo - eu no 'Roda Viva' da TV e o Fausto na Radio, onde funcionou até o fim da vida, alguns anos atrás, tendo sido enterrado, não sei porque, em Avaré-SP. O Fausto e eu fomos contemporâneos da Zenaide na PRI-2 em fins da década dos anos 1940.
ouça o tango 'Me quedé mirándola':
http://www.todotango.com/spanish/Las_obras/Tema.aspx?t=Me%20quede%20mirandola
Zenaide Dutra aos 16 anos no Jardim de Marília-SP.
Zuleide, Moacyr, Gecely em pé; Zenaide, a caçulinha, sentada, circa 1937.
Primeira Comunhão na Matriz de Santo Antônio.
Letra do samba-canção 'Fracasso', copiada (e corrigida posteriormente) de próprio punho por Zenaide Dutra, que ofereceu à nossa querida tia Rosa Darin. Apesar do título, 'Fracasso' foi sucesso absoluto, tendo sido composta por Mario Lago como tema principal de novela homônima transmitida pela Radio Nacional do Rio de Janeiro. Gravação de Francisco Alves feita na Odeon em 21 de Setembro de 1946, lançada 2 semanas depois. Zenaide completava 14 anos naquele Dezembro de 1946.
http://www.youtube.com/watch?v=pHudMtliYZA - 'Fracasso' com Francisco Alves
Zenaide in 14 Dezembro 1948.
Zenaide em sua formatura 8 Dezembro 1949.
Zenaide Dutra in São José do Rio Prêto-SP
Zenaide Dutra conheceu Wilson Guimarães, um locutor de São José do Rio Prêto-SP, casou-se com ele circa 1955, e se transferiu para aquela cidade.
Além da PRB-6, trabalhou na Radio Difusora e Radio
Independência, com atuação ao lado de Hitler Fett, Alexandre Ismael e Rubens
Muanis. Era um dos redatores da ‘Crônica do dia’, irradiada na Independência e
impressa no jornal ‘A Notícia’. É nome de rua no Jardim Vitória Régia (rua
Benedito Gomide).
Wilson Guimarães era pseudônimo de Benedicto Gomide,
radialista e cronista esportivo da PRB-8, Radio Rio Prêto, que começou suas transmissões radiofônicas em 6 Dezembro 1935, sendo a 8a. concessão de radio no Brasil.
Benedicto Gomide nasceu em São José do Rio Prêto-SP em 29 Dezembro 1923, e faleceu lá em 7 Novembro 1976.
Benedicto Gomide nasceu em São José do Rio Prêto-SP em 29 Dezembro 1923, e faleceu lá em 7 Novembro 1976.
Circa 1956, Zenaide teve seu único filho, Alberto Dutra Gomide, foto abaixo, com dedicatória à seu querido 'nonno' (avô, em italiano) Giovanni Battista Darin. Na verdade, Alberto era bisnéto de Darin.
Em 26 Junho 1960, o nome de Zenaide Dutra Darin aparece no Diário Ofical do Estado de São Paulo como professora primária de uma escola de São José do Rio Prêto-SP com o número NI. 107-576.
Em 28 Novembro 1963, o nome de Zenaide Dutra Gomide ou Zenaide Dutra Darin aparece no DOESP como professora do 7o. Grupo Escolar de São José do Rio Prêto.
Em 27 Maio 1967, o nome de Zenaide Dutra Gomide aparece no DOESP sendo professora primária do Grupo Escolar 'PLOX' de São José do Rio Prêto-SP.
Em 19 Maio 1976, aparece no DOESP, o nome de Zenaide Dutra Darin, R.G. 1.981.704 - professora I padrão 18-O.
Visitando Campos de Jordão-SP em 22 Setembro 1997, em companhia de sua irmã Zuleide, Zenaide sofreu um ataque cardíaco fulminante enquanto se preparava para jantar em num restaurante self-service daquela cidade turística. Sentindo dor intensa no peito, quase rasgou a blusa que vestia, e percebendo sua irmã atônita, ainda advertiu-a para que chamasse assistência médica com urgência. Zenaide foi transferida de ambulância para um hospital em Taubaté-SP, não resistiu, vindo a falecer nas primeiras horas de 23 Setembro 1997.
Em 26 Junho 1960, o nome de Zenaide Dutra Darin aparece no Diário Ofical do Estado de São Paulo como professora primária de uma escola de São José do Rio Prêto-SP com o número NI. 107-576.
Em 28 Novembro 1963, o nome de Zenaide Dutra Gomide ou Zenaide Dutra Darin aparece no DOESP como professora do 7o. Grupo Escolar de São José do Rio Prêto.
Em 27 Maio 1967, o nome de Zenaide Dutra Gomide aparece no DOESP sendo professora primária do Grupo Escolar 'PLOX' de São José do Rio Prêto-SP.
Em 19 Maio 1976, aparece no DOESP, o nome de Zenaide Dutra Darin, R.G. 1.981.704 - professora I padrão 18-O.
Visitando Campos de Jordão-SP em 22 Setembro 1997, em companhia de sua irmã Zuleide, Zenaide sofreu um ataque cardíaco fulminante enquanto se preparava para jantar em num restaurante self-service daquela cidade turística. Sentindo dor intensa no peito, quase rasgou a blusa que vestia, e percebendo sua irmã atônita, ainda advertiu-a para que chamasse assistência médica com urgência. Zenaide foi transferida de ambulância para um hospital em Taubaté-SP, não resistiu, vindo a falecer nas primeiras horas de 23 Setembro 1997.
Alberto Dutra Gomide in 23 Agosto 1958.
Zenaide oferece a seu 'nonno' (avô) João Baptista Darin, foto de seu filho Alberto.
Wilza Matos autografa uma cópia do livro 'Narrativas Radiofônicas' em Outubro 2013, no qual ela conta histórias pitorescas sobre o desenvolvimento do Radio em Marília desde 1938 - tendo como eixo principal a história de Wilson Matos, seu pai - a maior celebridade radiofônica da cidade.
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ReplyDeleteAtravessando o tunel do tempo, em retorno ao passado, é difícil de acreditar que tal ser humano tão formoso, com um passado impecável, como o da Dona Zenaide Dutra Darin, pudesse esconder um lobo demoníaco por dentro. como foi essa professora nos anos 70 contra a minha pessoa. Me deixou sequelas para o resto de minha vida. Não sei se ela obteve o perdão de Deus, pois eu tinha apenas 10 anos e não fui a única! Foram um ano das maiores crueldades que uma criança podia passar em vida. Isso foi na Escola Pio X e não PLOX.
ReplyDeleteJeisa, sinto muito saber que tal ocorreu com você. Embora Zenaide tenha sido minha PRIMA, eu NUNCA a vi... pois em 1949, qdo eu nasci, Zenaide já estava se preparando para casar-se e mudar-se para São José do Rio Preto-SP, onde ela viveu até sua morte. A única coisa que posso dizer é que Zenaide teve um PAI muito severo... talvez, dai viesse o seu lado 'sádico'. Talvez seja uma compensação para você, mas Zenaide teve uma morte DOLORIDA. Passava ela uma temporada em Campos do Jordão-SP junto com sua irmã Zuleide, qdo, estando num restaurante, foi acometida por um ataque cardíaco fulminante. Ela jogou a bandeja-de-comida longe, gritou e caiu no chão. A dor do ataque foi tão grande que ela rasgou sua blusa. Foi levada de ambulância a um hospital e lá, durante cirurgia, teve um 2o. ataque e morreu na mesa.
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